A rotina me pegou e transformou. As roupas que demonstravam toda uma ideologia de vida perderam seu sentido, entre camisetas de bandas e casacos velhos do meu pai, peguei o casaco por ser mais confortável. Os olhares atravessados, o burburinho dos comentários, já não me faziam mal, e surgiu em mim sorrisos presos entre lábios por não fazer mais parte desta hipocrisia. Quando as palavras me faltaram o silêncio se encarregou do trabalho, e a maré foi me levando, arrastando, agora que abri os olhos estou aqui.
O tempo que esperei me trouxe fome, fome de provar o doce mais doce, não o melhor. Fome da incerteza, dos risos, vontade de cuidar dos detalhes para não haver falhas. Hoje em dia canto Beatles de calcinha, faço brigadeiro quando estou sozinha. A paixão torna mais leve e o nervosismo expresso na fria e trêmula mão, brinca com a minha barriga assim como brinco entre as bolas de sabão.
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